Vale das Rainhas, em árabe, Wadi al Malekat é um cemitério real destinado para o enterro das esposas dos faraós no Egito Antigo. O local era descrito como Ta-Set-Neferu, o lugar da beleza.
Olhando de cima, o cemitério é um vale rochoso e iluminado pelo sol, com entradas de pedra simples que levam aos túmulos com os restos mortais das esposas dos faraós.
O Vale das Rainhas é o principal vale e contém a maioria das tumbas, os outros são: Vale do Príncipe Ahmose, o Vale da Corda, o Vale dos Três Poços e o Vale do Dolmen.
Ele está localizado na cidade de Luxor, no sul do Egito.
Não se sabe ao certo a razão, alguns dizem que pelo fato de estar próximo do vilarejo de Deir el-Medina, já outros consideram que no local havia uma gruta dedicada à deusa Hathor associada ao rejuvenescimento dos mortos.
Construído inicialmente para servir como cemitério para as rainhas reais do antigo Egito, o Vale das Rainhas também foi usado como cemitério para príncipes, princesas e outros membros da nobreza.
A antiga civilização egípcia acreditava na vida após a morte e, se todos os passos fossem seguidos, aqueles que merecessem, desfrutariam da vida eterna. Eles acreditavam que seus pertences eram necessários para aproveitar a vida após a morte, então faraós e rainhas foram enterrados com seus tesouros, roupas e necessidades básicas como comida e bebida.
Manter seus tesouros e pertences seguros era muito importante, então construir um cemitério num lugar discreto e difícil de ser achado era fundamental, para evitar que as tumbas fossem saqueadas por ladrões. A estratégia aplicada no Vale das Rainhas foi semelhante à que aplicaram na construção do Vale dos Reis; a intenção aqui era esconder as entradas das tumbas, portanto, tornando-as secretas. No entanto, os construtores no Vale das Rainhas não conseguiram proteger as tumbas, com isso absolutamente nenhuma delas foi encontrada intacta, embora algumas das decorações tenham permanecido preservadas.
As rainhas e esposas dos faraós foram enterradas no antigo Egito com seus maridos na mesma tumba, contudo isso mudou, e os sepultamentos foram feitos separadamente. A primeira tumba construída no vale das rainhas que se tem conhecimento, foi a tumba da princesa Ahmose, filha do faraó Seqenenre e da Rainha Sitdjehuti.
O vale não é muito impressionante à primeira vista. Não é muito mais do que um desfiladeiro de rochas, banhado pelo sol, mas escondido, sob a terra, existem quase 90 membros muito importantes da família real. A decoração dos túmulos do Vale das Rainhas é muito semelhante à dos túmulos do Vale dos Reis.
Os visitantes que visitam o Vale das Rainhas também devem visitar o cemitério do Vale dos Reis, já que é um local mais popular e contém túmulos de maior prestígio de alguns dos maiores faraós do Egito.
A escavação ainda está em andamento em alguns deles, mas muitos já estão abertos aos visitantes em uma programação rotativa para permitir a restauração. Vale a pena visitar as decorações ornamentadas nas paredes das tumbas e imaginar o meticuloso processo necessário para criá-las.
A mais impressionante de todas as tumbas no Vale das Rainhas é a Tumba da Rainha Nefertari (QV 66), a esposa favorita do faraó Ramsés II. Uma verdadeira obra de arte, a tumba é lindamente decorada com pinturas nas paredes que descrevem a vida dela e do seu esposo.
A 20.ª dinastia foi a última a usar o Vale das Rainhas como cemitério. Posteriormente não há informações sobre o uso do local para sepultamento. Algumas tumbas como a QV60 e QV73 mostram sinais de ocupação Copta através de símbolos cristãos.