O significado desta cidade transcende seu valor religioso, manifestando a essência cultural saudita através de seus monumentos arquitetônicos majestosos e práticas ancestrais meticulosamente preservadas. Medina guarda relíquias espirituais sem paralelo, destacando-se a Mesquita do Profeta com o sepulcro de Maomé, destino anual de milhões de fiéis em peregrinação. Merece igual admiração a Mesquita Quba, edificada em 622 EC, reconhecida historicamente como o primeiro templo islâmico e citada nas próprias escrituras do Alcorão.
Este guia revela:
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A trajetória histórica de Medina inicia-se verdadeiramente em 622 EC, quando um acontecimento singular reconfigurou não apenas seu próprio destino, mas todo o curso da história islâmica mundial.
Conhecida originalmente como Yathrib, Medina conquistou seu lugar nos anais históricos quando o profeta Maomé e seus fiéis seguidores realizaram a Hijra (migração) de Meca. Esta jornada não resultou de um impulso momentâneo, mas de articulações meticulosamente planejadas. Durante o verão de 621, doze homens de Yathrib viajaram até Meca declarando sua conversão ao islamismo e, no ano subsequente, setenta e cinco medinenses juramentaram proteger Maomé contra qualquer perigo.
O termo Hijra carrega em sua essência o significado literal de "separação" ou "afastamento" – simbolizando o rompimento deliberado com uma sociedade considerada opressora e injusta. Tal migração revestiu-se de tamanha relevância que estabeleceu o marco inicial do calendário islâmico, registrando a chegada de Maomé a Medina em 24 de setembro de 622.
Ao estabelecer-se em Yathrib, Maomé orquestrou três iniciativas fundamentais que alicerçaram a primeira comunidade islâmica estruturada:
A cidade posteriormente recebeu a denominação Madina al-Nabi (Cidade do Profeta), nomenclatura que evidencia sua centralidade na construção da identidade islâmica. Neste período crucial, Maomé logrou êxito em pacificar as tribos historicamente rivais Aus e Cazeraje, que abraçaram o islamismo e receberam a honrosa designação de Ansar ("os ajudantes").
Medina rapidamente consagrou-se como núcleo da civilização islâmica. Foi neste solo sagrado que o Alcorão adquiriu sua dimensão normativa social, estabelecendo preceitos sobre relações familiares, práticas comerciais e fundamentos de governança islâmica.
Na década subsequente à Hijra, Medina funcionou como base estratégica para a propagação do Islã através da península Arábica. A cidade manteve-se como capital do califado durante o governo dos quatro primeiros califas, período conhecido como Califado Ortodoxo.
Mesmo tendo posteriormente cedido sua centralidade política para Damasco e Bagdá, Medina preservou seu status de santuário espiritual do Islã, permanecendo como destino de reverência e peregrinação até a contemporaneidade. A saga desta cidade sagrada simboliza, essencialmente, o nascimento de uma civilização fundamentada nos princípios de comunidade, devoção e justiça social.
Os santuários sagrados de Medina constituem verdadeiros alicerces da fé islâmica, cada qual revelando narrativas particulares sobre o nascimento e florescimento do Islã. Estes monumentos espirituais magnetizam milhões de devotos todos os anos, formando o âmago espiritual deste território consagrado.
Al-Masjid an-Nabawi eleva-se como o segundo santuário mais venerado do islamismo, superado apenas pela Grande Mesquita de Meca.
Erigida pelo próprio profeta Maomé em 622, a edificação servia além de templo religioso, funcionando como polo comunitário, corte judicial e centro educacional.
Elementos notáveis desta mesquita incluem:
Segundo ensinamentos tradicionais, uma única prece neste recinto sagrado equivale espiritualmente a dez mil orações realizadas em templos comuns.
Situada aproximadamente seis quilômetros ao sul da Mesquita do Profeta, Quba ostenta o título de primeira mesquita do universo islâmico.
Sua pedra inaugural foi assentada pelo próprio Maomé no primeiro dia de sua jornada para Medina, estabelecendo o modelo arquitetônico para futuros templos islâmicos.
O Profeta conferiu extraordinária magnitude espiritual a este santuário, declarando que "Quem se purifica e visita a Mesquita Qubá para orar, receberá recompensa equivalente a uma Umra", equiparando sua visitação a uma peregrinação menor.
Este templo, cujo nome traduz-se como "mesquita das duas qiblas", demarca o ponto histórico onde ocorreu uma transformação essencial na prática islâmica. Neste local, Maomé recebeu a revelação divina ordenando a mudança da direção de oração (qibla) de Jerusalém para Meca.
Construída em 623 EC e localizada a cerca de três quilômetros da Mesquita do Profeta, esta edificação simboliza um momento determinante na consolidação da identidade islâmica autônoma.
O Monte Uhud, distante cinco quilômetros da Mesquita do Profeta, destaca-se como a cadeia montanhosa mais extensa da Península Arábica. Este cenário natural testemunhou a histórica Batalha de Uhud em 625 EC, episódio decisivo nos primórdios do islamismo.
Quanto ao Cemitério Al-Baqi, reconhecido como o mais antigo e venerado do Islã, abriga os restos mortais de figuras proeminentes, incluindo quatro dos doze Imames xiitas, familiares do Profeta e milhares de seus companheiros. Maomé costumava visitar regularmente este campo santo para elevar preces pelos falecidos, afirmando: "Recebi ordens divinas para suplicar perdão por aqueles sepultados em al-Baqi".
A dimensão cultural de Medina supera amplamente o aspecto religioso, proporcionando aos visitantes uma imersão profunda em tradições centenárias que vibram pelas ruas históricas. Esta faceta cultural complementa magnificamente a espiritualidade dos santuários sagrados, desvendando a essência autêntica do cotidiano saudita.
Os souks (mercados tradicionais) medinenses funcionam como verdadeiros núcleos sociais onde a vida local se manifesta em sua forma mais genuína. Estes espaços distinguem-se dos mercados de outras metrópoles pela notável tranquilidade e ambiente acolhedor. Os comerciantes locais exibem paciência extraordinária e cordialidade singular, permitindo que os visitantes contemplem suas mercadorias sem a pressão comercial habitualmente encontrada em outros bazares.
A região de Al Khatim, situada nas proximidades da Mesquita do Profeta, constitui um autêntico repositório cultural onde se descobrem:
A hospitalidade fervorosa representa o traço distintivo dos habitantes de Medina, reconhecidos por sua amabilidade natural ao receberem forasteiros com interesse genuíno.
O calendário islâmico, estruturado em 354 dias e fragmentado em 12 ciclos lunares, determina as principais celebrações locais. Destacam-se entre estas:
O Ramadã simboliza um intervalo excepcional quando a cidade pulsa intensamente com rituais coletivos de oração e reuniões familiares. O Eid al-Fitr assinala o encerramento deste mês sagrado através de comemorações, banquetes e intercâmbio de presentes. O Eid al-Adha, festividade igualmente significativa, coincide com o período de peregrinação à Meca.
Às sextas-feiras, dia primordial no contexto islâmico, realiza-se o encontro obrigatório para oração comunitária, conforme estabelecido no Alcorão (Sura 62,9).
O cotidiano medinense estrutura-se profundamente nos cinco pilares do Islã, com as cinco orações diárias estabelecendo o ritmo da vida social. Virtudes como generosidade e acolhimento transcendem o plano conceitual, materializando-se em práticas diárias observáveis nos detalhes mais sutis.
Manifestações musicais e coreográficas tradicionais ocupam posição relevante, com apresentações acessíveis nas artérias urbanas. A gastronomia regional oferece experiências singulares através de iguarias como o kabsa (arroz condimentado) e o shawarma, disponíveis em numerosos estabelecimentos culinários.
A arquitetura local, caracterizada por mesquitas grandiosas e mercados tradicionais, reflete permanentemente os valores islâmicos fundamentais, recordando habitantes e visitantes sobre a centralidade da espiritualidade na identidade cultural medinense.
Planejar uma jornada a Medina exige organização meticulosa e profundo respeito pelas tradições locais. Estas orientações essenciais garantirão uma experiência tranquila e enriquecedora durante sua estadia neste solo sagrado.
Historicamente, tanto Medina quanto Meca permanecem territórios exclusivamente destinados aos fiéis muçulmanos, funcionando como epicentros de oração e peregrinação religiosa. As autoridades mantêm postos estratégicos de controle nas principais vias de acesso, onde verificam documentos de identificação e confirmam a religião dos viajantes. Uma exceção notável surge com o projeto da "cidade inteligente" (KEC), onde a Arábia Saudita permitirá residência para não-muçulmanos, com capacidade planejada para 150 mil habitantes. Esta iniciativa possibilitará aos estrangeiros não-muçulmanos contemplarem os caminhos históricos percorridos pelo Profeta Maomé há mais de catorze séculos.
O clima medinense apresenta condições ideais nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio, outubro, novembro e dezembro. As temperaturas máximas oscilam em média de 23°C em janeiro até alcançarem picos de 43°C durante agosto, com média anual de 34°C.
Consequentemente, recomenda-se programar sua visita para o outono e inverno locais (outubro a março), quando o termômetro marca números mais amenos. Aconselha-se evitar especialmente junho, julho, agosto e setembro, período em que o calor atinge níveis extremos e potencialmente desconfortáveis.
A sociedade saudita preserva rigoroso código de vestimenta:
Igualmente crucial: abstenha-se de demonstrações públicas de afeto, fotografias não autorizadas de residentes e do consumo de alimentos, bebidas ou tabaco em ambientes públicos durante o Ramadã. Observe com atenção os cinco momentos diários de oração, quando estabelecimentos comerciais interrompem suas atividades temporariamente.
Viajantes encontram excelentes acomodações nas proximidades da Mesquita do Profeta, destacando-se o Pullman Zamzam Madina, Intercontinental Dar Al Hijra e Madinah Hilton. O calendário turístico de 2025 anuncia a inauguração do suntuoso Four Seasons Hotel Madinah, posicionado estrategicamente junto à Mesquita do Profeta. Estatisticamente, dezembro apresenta as tarifas mais elevadas para hospedagem, enquanto junho oferece valores significativamente mais acessíveis para os visitantes.
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