A Grande Esfinge de Gizé: A Escultura Mais Enigmática do Mundo
A escultura mais enigmática do mundo é sem dúvida a Grande Esfinge de Gizé. Saiba mais sobre a história da esfinge e especificamente sobre a Esfinge de Gizé.

A Grande Esfinge de Gizé é considerada uma das esculturas mais enigmáticas e icônicas do mundo antigo. Localizada no planalto de Gizé, nos arredores do Cairo, no Egito, esta imensa escultura é envolta em mistérios e controvérsias que atravessam milênios. Esculpida diretamente em um único bloco de pedra calcária, a esfinge mede cerca de 57 metros de comprimento, 6 metros de largura e 20 metros de altura, sendo a maior estátua monolítica do mundo.

Origens e Primeiras Representações da Esfinge
A figura da esfinge apareceu pela primeira vez no Egito como uma representação bidimensional no início do Período Dinástico. Contudo, foi somente durante a 4ª Dinastia que surgiu a primeira representação tridimensional de um rei sob a forma de uma esfinge. O primeiro monarca a ser representado dessa maneira foi o rei Djedefre (ou Djetef Ra), filho e sucessor do famoso faraó Quéops. A esfinge atribuída a Djedefre foi descoberta perto de sua pirâmide em Abu-Rawash, também na região de Gizé, e atualmente está preservada no Museu do Louvre, em Paris.
A Grande Esfinge de Gizé: De Quem é a Face?
A maior e mais famosa de todas as esfinges egípcias é, sem dúvida, a que se encontra no planalto de Gizé. Ainda que sua imagem seja amplamente conhecida, sua origem exata permanece um tema de intensos debates acadêmicos. Existem duas teorias principais sobre a identidade do faraó representado pela Grande Esfinge.
Teoria 1: A Esfinge Pertence a Quéops (Khufu)
Uma das teorias sugere que a esfinge pertence a Quéops, o faraó responsável pela construção da Grande Pirâmide. Os defensores dessa hipótese baseiam-se em vários argumentos:
- A localização da esfinge, próxima à pirâmide de Quéops e às pedreiras utilizadas em sua construção, sugere que a estátua foi esculpida a partir da rocha remanescente das escavações.
- O estilo da touca real "Nemes" usada na escultura é completamente plissado, uma característica não comum nas representações de Quéfren, onde o plissado é apenas parcial.
- A esfinge não apresenta a tradicional alça decorativa em alto relevo na testa, presente em todas as estátuas de Quéfren e reis posteriores.
- Se a esfinge for mesmo de Quéops, ele teria sido o primeiro faraó a se representar como esfinge, antecedendo Djedefre.
Teoria 2: A Esfinge Pertence a Quéfren (Khafre)
A outra teoria atribui a construção da Grande Esfinge ao faraó Quéfren, filho de Quéops, baseado em:
- A chamada Estela dos Sonhos, erguida entre as patas da esfinge por Tutmés IV, menciona o nome de Quéfren duas vezes e de Quéops apenas uma.
- A esfinge está alinhada com o complexo funerário de Quéfren, reforçando a ideia de que faria parte de sua necrópole.
Além disso, especialistas apontam que a barba falsa atualmente exposta em partes no Museu Britânico e no Museu do Cairo foi adicionada apenas no Novo Reino, quando houve uma reinterpretação da esfinge como representação do deus solar Re-Horakhty. Essa barba entrançada e curvada, símbolo de divindade, não fazia parte da escultura original.

A Função da Esfinge no Antigo Egito
A Esfinge de Gizé tinha uma função protetora. Era considerada a guardiã das pirâmides e dos túmulos reais. Uma inscrição encontrada na boca da escultura descreve sua missão:
“Eu protejo a capela do teu túmulo. Eu guardo tua câmara mortuária. Eu mantenho afastado os intrusos. Eu jogo os inimigos no chão e suas armas com eles. Eu expulso o perverso da capela do sepulcro. Eu destruo os teus adversários em seus esconderijos, bloqueando-os para que não possam mais sair.”
Essa função está relacionada ao simbolismo do leão como guardião dos espaços sagrados e do mundo subterrâneo, características atribuídas ao deus solar Aton.
A Evolução das Esfinges no Egito Antigo
O conceito e a representação das esfinges passaram por diversas transformações ao longo dos períodos históricos do Egito:
Império Antigo: A esfinge era geralmente uma estátua com corpo de leão, cabeça humana e a falsa barba real, adornada com o cocar "Nemes", símbolo da realeza.
Império Médio: As esfinges passaram a representar exclusivamente o rei com cabeça humana e a juba do leão em volta do rosto. Amenemhat III, da 12ª Dinastia, foi o primeiro a adotar essa forma estilizada.
Império Novo: Introduz-se um novo elemento: as patas dianteiras de leão transformam-se em braços humanos que seguram objetos de culto. Essa mudança foi iniciada durante o reinado de Amenhotep III.
Etimologia: O Significado da Palavra "Esfinge"
A palavra "esfinge" vem do grego, uma adaptação do nome egípcio original shesep-ankh, que significa "imagem viva". Este termo reflete o propósito da escultura: representar a fusão entre o poder mental (cabeça humana) e o poder físico (corpo de leão), uma poderosa combinação que simbolizava a autoridade absoluta dos faraós.

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Planejar minha viagemCuriosidades e Mistérios
Um dos grandes mistérios da Esfinge de Gizé é o desaparecimento de seu nariz. Durante séculos, teorizou-se que o estrago foi causado por soldados de Napoleão durante sua campanha no Egito. No entanto, essa hipótese foi refutada por desenhos anteriores ao nascimento de Napoleão que já retratavam a esfinge sem o nariz. Outros sugerem que o dano foi causado por fanáticos religiosos no século XIV.
Outra curiosidade é que, originalmente, a esfinge era pintada em cores vivas. Traços de pigmentos foram encontrados na área das orelhas e sobrancelhas. Com o passar dos séculos, a ação do tempo, da areia e da erosão apagaram quase todos os vestígios de pintura. Curiosamente, parte da erosão observada na base da escultura parece ter sido causada pela água, e não pelo vento, o que levou alguns estudiosos a sugerirem que o clima do Egito já foi significativamente mais úmido no passado distante.
Além disso, por muitos séculos, a esfinge ficou quase completamente enterrada na areia, o que contribuiu para sua preservação.
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A Grande Esfinge está situada no Complexo das Pirâmides de Gizé, que inclui as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos. É uma das atrações mais visitadas do Egito e uma das sete maravilhas do mundo antigo ainda existentes.
Como chegar:
A maneira mais segura e recomendada de visitar o sítio arqueológico é por meio de táxi ou vans de turismo, especialmente se estiver com uma agência de viagem. A visita à esfinge está incluída no ingresso da necrópole de Gizé.
A Esfinge de Gizé permanece como um dos maiores legados do Egito Antigo. Seja como obra arquitetônica, símbolo religioso ou representação política, sua presença imponente continua a inspirar gerações. Repleta de enigmas, como sua real identidade e as marcas do tempo em seu corpo, a esfinge é um testemunho da grandiosidade e complexidade da civilização egípcia. Visitar este monumento é, sem dúvida, uma experiência que conecta passado, presente e mistério.
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